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quinta-feira, 6 de março de 2014

Insight.

Quero escrever,
mas estou cansada.
Cansada dos versos exatos,
das rimas óbvias,
do politicamente correto,
da falta de um sentimento
que me dê o poema todo
desajeitado,
involuntário,
sedento e satisfeito
de uma forma inexplicável.
Cansada das palavras escolhidas,
das ideias filtradas,
da vergonha castradora.
Estou em busca do poema
que venha do subterrâneo,
mesmo que sujo,
inadequado,
constrangedor.
Uma poema que diga a que vim.
Um poema que fale de mim!
Do que penso, passo, peso,
meço, mudo, mato, sinto,
 minto, calo. Um poema
nascido do ralo.

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