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domingo, 2 de março de 2014

Coro dos favorecidos.

Se falta sangue
nesse verso
controverso,
eu te invejo,
mas não aponto
o que vejo.
Apenas passo
sobre as horas
e me disperso,
e desconverso,
e só falo de gracejos.
Não denuncio,
não reclamo
seus direitos,
tô me danando
pro descaso
ao excluído;
Só me importam
meus reversos
pessoais,
num universo
- de pedaços -
construído.
Sua pobreza,
sua fome, sua dor,
suas misérias,
seus reclames,
seu amor,
nenhuma forma
em seu viver
me humaniza.
Tô me lixando
para as lutas
por iguais.
Tô dispensando
consciência,
coletiva.
Se é perverso
o que sinto,
não é sozinho.
Iguais a mim
têm aos milhares
no caminho.
Vai preparando
seus diversos
argumentos.
Serão a casa
e a comida
que precisas,
Serão seus filhos
e a esposa
tão amada.
Serão a cama
sob as costelas finas
a perfurar a sua pele
retalhada.

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