Caramujinho na folha
vê a formiga passar
e pensa: - Pra que tanta pressa
se a vida é o que há?!
Se não temos escolha
que andar de folha em folha
ou pelo chão e paredes,
imaginando que vida
seria mais divertida
que a vida que ele teve?
Caramujinho se espanta
em ver na formiga tanta
vontade garrida. Olha
pra todo o lado
se vê um privilegiado
por amar a verde folha.
Mas não se aguentando interpela
a bela formiga operária
sobre o sentido de tudo,
de toda aquela agitação!
E a formiguinha sagaz
responde que leva e traz
o amor no coração.
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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Aliança.
A aliança
caiu sobre a mesa
Rodopiando,
Bailarina
solitária.
E nas voltas
Que deu sobre si
mesma
Cantando,
Compôs uma ária.
Cantava e dançava
só,
Que triste sina!
Rodopiou até
virar pó:
Vida de
bailarina!
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Pequena e triste biografia de uma louca.
Refugiou-se,
esterilizada,
no subterrâneo
dos próprios
sentimentos.
Em misticismos
loucos
do momento,
atirou-se
com fé
desamparada.
A solidão
foi chegando
sem mesuras
e tomou conta
do que antes
fora brilho.
Tornou-se um poço
de angústia
e de censuras,
sempre odiando
introdução
e estribilho.
E, ao fim de tudo,
na certeza
enlouquecida,
foi com orgulho
que entoou
um canto triste.
Morreu sozinha,
na tristeza
esquecida.
E ainda
manteve, no adeus,
o dedo em riste.
Consternação do poeta.
Minha poesia é lágrima
Que desce pela face dolorida;
É dor profunda, uma despedida,
A cena triste, sempre adiada.
Não faço versos só de desalento,
Há revolta nas letras unidas,
Há desespero por saber perdida
A dracma jamais achada.
Se ao menos meu destino fosse
Andar errante pelos oceanos,
Como Ulisses, em seus gregos planos,
Sem ver armada em sua casa a foice?
Não teria uma dor profunda
A torturar meu peito angustiado.
Ou não saber, por ser um exilado,
É mais castigo que a cova funda?
A mim, me coube suportar o jugo,
Mas o amor renasce em outro tempo,
Trazendo em seu braço alento,
Lenço que a lágrima enxugo.
Sei que nada dura eternamente.
A dor de hoje é lição pra vida!
E mesmo sendo, dura é a lida
De um poeta, quando a pressente.
Que desce pela face dolorida;
É dor profunda, uma despedida,
A cena triste, sempre adiada.
Não faço versos só de desalento,
Há revolta nas letras unidas,
Há desespero por saber perdida
A dracma jamais achada.
Se ao menos meu destino fosse
Andar errante pelos oceanos,
Como Ulisses, em seus gregos planos,
Sem ver armada em sua casa a foice?
Não teria uma dor profunda
A torturar meu peito angustiado.
Ou não saber, por ser um exilado,
É mais castigo que a cova funda?
A mim, me coube suportar o jugo,
Mas o amor renasce em outro tempo,
Trazendo em seu braço alento,
Lenço que a lágrima enxugo.
Sei que nada dura eternamente.
A dor de hoje é lição pra vida!
E mesmo sendo, dura é a lida
De um poeta, quando a pressente.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Noturna.
Minhas costelas doem,
sinto enjoo.
O sono avisa
que já passou das três.
Dennis Quaid na TV
e um vazio enorme
no corredor.
Sei que poderia
ser melhor,
mas não é.
E, se você não voltar,
vai levar muito tempo
até que eu possa sorrir
outra vez.
sinto enjoo.
O sono avisa
que já passou das três.
Dennis Quaid na TV
e um vazio enorme
no corredor.
Sei que poderia
ser melhor,
mas não é.
E, se você não voltar,
vai levar muito tempo
até que eu possa sorrir
outra vez.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Inexorabilidade.
Sobre o que você quer saber?
Sobre minha dor e desânimo?
Sobre o quanto andei
e o cansaço do caminho?
Pois não tenho nada para ti.
Não tenho uma palavra sequer.
Tenho a vontade inexorável
de continuar apesar de tudo.
Tenho essa teimosia familiar,
esse desejo de superação,
e péssimos ouvidos para o que
me contraria.
São três da tarde e eu continuo.
É fim-de-ano e não vou recuar um milímetro.
Não espero nada de você
e espere de mim exatamente isso:
que eu não me importe.
Que eu não me renda!
A inflexibilidade
inquieta e rígida
dos que caminham sem olhar para trás.
Sobre minha dor e desânimo?
Sobre o quanto andei
e o cansaço do caminho?
Pois não tenho nada para ti.
Não tenho uma palavra sequer.
Tenho a vontade inexorável
de continuar apesar de tudo.
Tenho essa teimosia familiar,
esse desejo de superação,
e péssimos ouvidos para o que
me contraria.
São três da tarde e eu continuo.
É fim-de-ano e não vou recuar um milímetro.
Não espero nada de você
e espere de mim exatamente isso:
que eu não me importe.
Que eu não me renda!
A inflexibilidade
inquieta e rígida
dos que caminham sem olhar para trás.
Terra Úmida
Escrever sem censuras é como o cheiro da chuva,
é como mato molhado, terra úmida, a própria casa...
Não se prender à opiniões, aos julgamentos
que sabemos que serão implacáveis.
Dane-se!
Quero mais que se desorientem!
Que especulem, que tentem!
Que, ao menos se ocupem com algo mais interessante
que seus umbigos marcados
por se debruçarem sobre a vida alheia.
Poesia para mim é vida!
É respirar ininterruptamente
com o nariz encostado na terra,
sorvendo dela
o cheiro de movimento;
Do que vive e do que morre,
do que passa e do que escorre
para o mais profundo dos sentimentos.
é como mato molhado, terra úmida, a própria casa...
Não se prender à opiniões, aos julgamentos
que sabemos que serão implacáveis.
Dane-se!
Quero mais que se desorientem!
Que especulem, que tentem!
Que, ao menos se ocupem com algo mais interessante
que seus umbigos marcados
por se debruçarem sobre a vida alheia.
Poesia para mim é vida!
É respirar ininterruptamente
com o nariz encostado na terra,
sorvendo dela
o cheiro de movimento;
Do que vive e do que morre,
do que passa e do que escorre
para o mais profundo dos sentimentos.
domingo, 1 de dezembro de 2013
Apaixonadamente.
Flores, cores e
arredores
No caminho dos
amores
Que sorriem
contagiosamente.
São comuns os
destemores
Em meninos e
senhores
Se,
apaixonadamente,
Entregarem-se aos
sabores,
Sempre rico, dos
amores
Que atingem a
toda a gente.
Conselho.
Plong faz meu coração cansado
Ao cair se desmanchando nas costelas.
Passa, arrebentado, sobre elas
Pinga plic, plic, abandonado.
Triste órgão desorientado
Pelas vãs vacuidades dessa vida.
Sabe que não tem qualquer saída,
Teima em viver estrebuchado.
Coração, seu tolo maltratado!
Aprenda a manter mui bem guardada
A chave que mantém distanciada
A dor que tens experimentado.
Seja um forte músculo estriado.
Não tremule na cadência da batida,
Que não há eterno bem na dura lida,
Mas também não há um mal eternizado.
Verso.
Vi, no vazio de
vossos olhos,
As horas dos
votos vencidos
Voarem velozes ao
vento.
Vi a vida enviesar
no momento
Dos vastos amores
extintos.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Filosofando.
O que é a coisa, afinal?
Qual o seu sentido?
De onde surge o mal?
Que tem te consumido?
Quais são as definições
Que nunca mudaram?
E que opiniões
Já não se transformaram?
A verdade é absoluta?
Luz demais é como treva?
Quem está na caverna reluta,
Ou à cegueira se entrega?
O conhecimento é a busca
Das respostas para tudo?
Ou perguntar só ofusca
E o melhor é ficar mudo?
Muitas interrogações
Estão te constrangendo?
As muitas convicções
Estão te absolvendo?
Há uma forma segura
De enfrentar o destino?
Ainda existe a pura
Inocência de menino?
Como podemos unir
A fé e a razão?
O que seria o devir?
O que diria Platão?
As perguntas não acabam.
São eternas as questões
Porque os homens não param
De tomar suas decisões.
Questionar é um direito,
Uma arte, obrigação.
É criar fino conceito
Escutando a razão.
domingo, 1 de setembro de 2013
Texto e discurso.
O discurso é a ideia
E o texto a realiza.
Coerência dá sentido
Quando você verbaliza.
Coesão é o casamento
Das ideias em um texto;
Por isso, em cada momento,
Avalie o contexto.
Para a textualidade,
É bom definir muito bem,
A intencionalidade
E a adequação também.
Não se esquecendo, porém,
Da informatividade
E da irmã que as outras têm:
A intertextualidade.
Escreva tudo na lista
De estudos, que é bem grande!
E nunca perca de vista:
Marcuschi, Pierce e Beaugrande.
E o texto a realiza.
Coerência dá sentido
Quando você verbaliza.
Coesão é o casamento
Das ideias em um texto;
Por isso, em cada momento,
Avalie o contexto.
Para a textualidade,
É bom definir muito bem,
A intencionalidade
E a adequação também.
Não se esquecendo, porém,
Da informatividade
E da irmã que as outras têm:
A intertextualidade.
Escreva tudo na lista
De estudos, que é bem grande!
E nunca perca de vista:
Marcuschi, Pierce e Beaugrande.
Sacerdócio.
Procurar por você
é minha sina
Desde os meus tempos
de menina
Quando nem sabia ler
Mas olhava as páginas abertas
Como um alerta,
Como um alvorecer.
Sempre soube
que era isso que eu queria
Mas são engraçados
Nossos descaminhos
Enganamos nossos sonhos
Com enredos
Com os mais vários medos,
Flores e espinhos.
Era como um diamante
Em estado bruto,
Mexer com palavras
É um desafio!
É tecer o mais lindo e
Delicado
Dos tecidos inventados,
Fio a fio.
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